Bacia Hidrográfica do Rio Grande – BHRG

A Bacia Hidrográfica do Rio Grande – BHRG situa-se na Região Sudeste do Brasil na divisa entre os Estados de Minas Gerais e São Paulo possui área de drenagem de 143.437,79 km² sendo 57.092,36 Km² (39,80%) no estado de São Paulo e 86.345,43 (60,20%) em Minas Gerais. Possui população de aproximadamente 8,6 milhões de habitantes (2010) distribuídos em 393 municípios, dos quais 325 com área totalmente inserida na bacia.

A Bacia Hidrográfica do Rio Grande – BHRG situa-se na Região Sudeste do Brasil na divisa entre os Estados de Minas Gerais e São Paulo possui área de drenagem de 143.437,79 km² sendo 57.092,36 Km² (39,80%) no estado de São Paulo e 86.345,43 (60,20%) em Minas Gerais. Possui população de aproximadamente 8,6 milhões de habitantes (2010) distribuídos em 393 municípios, dos quais 325 com área totalmente inserida na bacia.

Nascente do Rio Grande:

Os principais afluentes:

Afluentes pela margem esquerda são os Rios Sapucaí, Pardo e Turvo. Na margem esquerda, os principais tributários são os rios Verde (estadual), Capivari, Sapucaí-Mirim e Mogi-Guaçu (federais). Na margem direita, são os importantes afluentes os rios estaduais das Mortes, Jacaré, Santana, Pouso Alegre, Uberaba e Verde ou Feio.

Fonte: CBH Grande

GD1: ALTO RIO GRANDE

Aiuruoca, Alagoa, Andrelândia, Arantina, Bocaina de Minas, Bom Jardim de Minas, Carrancas, Carvalhos, Ingaí, Ijaci, Itumirim, Itutinga, Liberdade, Luminárias, Madre de Deus de Minas, Minduri, Nazareno, Piedade do Rio Grande, Santana do Garambéu, São Vicente de Minas, Seritinga, Serranos, Baependi, Bom Sucesso, Cruzília, Ibertioga, Ibituruna, Itamonte, Lavras, Lima Duarte, Santa Rita de Ibitipoca, São João Del Rei e São Tomé das Letras.

GD2: VERTENTES DO RIO GRANDE

Alfredo Vasconcelos, Antônio Carlos, Barbacena, Barroso, Bom Sucesso, Camacho, Campo Belo, Cana Verde, Candeias, Carandaí, Carmo da Cachoeira, Carmo da Mata, Casa Grande, Conceição da Barra de Minas, Coronel Xavier Chaves, Dores de Campos, Ibertioga, Ibituruna, Ijací, Ingaí, Lagoa Dourada, Lavras, Luminárias, Nazareno, Nepomuceno, Oliveira, Perdões, Prados, Resende Costa, Ressaquinha, Ribeirão Vermelho, Ritápolis, Santa Cruz de Minas, Santa Rita do Ibitipoca, Santana do Jacaré, Santo Antônio do Amparo, São Bento do Abade, São Francisco de Paula, São João Del-Rei, São Tiago, Tiradentes e Três Pontas.

GD4: RIO VERDE

Aiuruoca, Alagoa, Baependi, Cambuquira, Campanha, Carmo da Cachoeira, Carmo de Minas, Caxambu, Conceição do Rio Verde, Cristina, Dom Viçoso, Elói Mendes, Itamonte, Itanhandu, Jesuânia, Lambari, Monsenhor Paulo, Olímpio Noronha, Passa-Quatro, Pedralva, Pouso Alto, São Gonçalo do Sapucaí, São Lourenço, São Sebastião do Rio Verde, São Tomé das Letras, Soledade de Minas, Três Corações, Três Pontas, Varginha e Virgínia.

GD3: ENTORNO DO LAGO DE FURNAS

Aguanil, Alfenas, Alpinópolis, Alterosa, Areado, Boa Esperança, Botelhos, Cabo Verde, Camacho, Campestre, Campo Belo, Campo do Meio, Campos Gerais, Cana Verde, Candeias, Capitólio, Carmo do Rio Claro, Conceição da Aparecida, Congonhal, Coqueiral, Córrego Fundo, Cristais, Divisa Nova, Espírito Santo do Dourado, Fama, Formiga, Guapé, Guaxupé, Ilicínea, Ipuiúna, Itapecerica, Juruaia, Machado, Monte Belo, Muzambinho, Nepomuceno, Nova Resende, Paraguaçu, Perdões, Pimenta, Poço Fundo, Santa Rita de Caldas, Santana da Vargem, São João da Mata, São José da Barra, São Pedro da União, Serrania, Três Pontas e  Vargem Bonita.

GD5: RIO SAPUCAÍ

Borda da Mata, Brasópolis, Cachoeira de Minas, Cambuí, Careaçu, Carvalhópolis, Conceição das Pedras, Conceição dos Ouros, Congonhal, Consolação, Cordilandia, Córrego do Bom Jesus, Delfim Moreira, Elói Mendes, Espírito Santo do Dourado, Estiva, Gonçalves, Heliodora, Itajubá, Lambari, Machado, Marmelópolis, Maria da Fé, Monsenhor Paulo, Natércia, Pedralva, Paraisópolis, Paraguaçu, Piranguçu, Piranguinho, Poço Fundo, Pouso Alegre, Santa Rita do Sapucaí, São Gonçalo do Sapucaí, São João da Mata, São José do Alegre, São Sebastião da Bela Vista, Sapucaí-Mirim, Senador José Bento, Silvianópolis, Turvolândia, Virgínia e Wenceslau Brás.

GD6: RIOS MOGI-GUAÇU E PARDO

Bom Repouso, Borda da Mata, Bueno Brandão, Estiva, Inconfidentes, Jacutinga, Monte Sião, Munhoz, Ouro Fino, Senador Amaral e Tocos de Mogi. Situadas no médio Mogi-Pardo e ainda na sub-bacia do rio Mogi-Guaçu, estão Albertina, Andradas e Ibitiura de Minas, e na sub-bacia do rio Pardo estão Bandeira do Sul, Botelho, Caldas, Campestre, Poços de Caldas, Santa Rita de Caldas. E finalmente no baixo Mogi-Pardo e pertencentes à sub-bacia do rio Pardo encontram-se Arceburgo, Guaranésia, Guaxupé e Monte Santo de Minas.

GD7: MÉDIO RIO GRANDE

Alpinópolis, Bom Jesus da Penha, Capetinga, Capitólio, Carmo do Rio Claro, Cássia, Claraval, Delfinópolis, Fortaleza de Minas, Guaxupé, Ibiraci, Itamoji, Itaú de Minas, Jacuí, Monte Santo de Minas, Nova Resende, Passos, Pratápolis, Sacramento, São João Batista do Glória, São José da Barra, São Pedro da União, São Roque de Minas, São Sebastião do Paraíso e São Tomás de Aquino.

GD8: BAIXO RIO GRANDE

Água Comprida, Campina Verde, Campo Florido, Carneirinho, Comendador Gomes, Conceição das Alagoas, Conquista, Delta, Fronteira, Frutal, Itapagipe, Iturama, Prata, Pirajuba, Planura, Sacramento, São Francisco de Sales, Uberaba, União de Minas e Veríssimo.

Caracterização da Bacia Hidrográfica do Rio Grande

Conforme o IBGE, Bacia Hidrográfica do Rio Grande possui dois tipos de solos, latossolos vermelhos e argissolos vermelhos.

São solos minerais, homogêneos (com pouca diferenciação entre horizontes e cor qual homogênea com a profundidade). São normalmente profundos e bem drenados. Outra característica comum é a acidez, requerendo manejo adequado na sua correção e adubação fertilizante. Os latossolos vermelhos são divididos em:

Latossolos Vermelhos Distroférricos: Derivados de rochas básicas, contém teores elevados de Fe2O3, MnO e TiO2, conhecidos anteriormente como Latossolos roxos por sua cor característica são muito profundos, argilosos ou muito argilosos e de boas condições físicas.

Latossolos Vermelhos Distróficos: São solos minerais com teores médios a altos de Fe2O3, conhecidos anteriormente como Latossolos vermelho-escuro. Possuem textura argilosa, muito argilosa ou média. Suas condições físicas aliadas ao relevo plano ou suavemente ondulado favorecem sua utilização para a agricultura. Os de textura média são mais pobres e podem ser degradados facilmente por compactação e erosão.

São solos minerais com nítida diferenciação entre as camadas ou horizontes, reconhecida em campo especialmente pelo aumento, por vezes abrupto, nos teores de argila em profundidade. Podem ser arenosos, de textura média ou argilosos no horizonte mais superficial. E apresentam cor mais forte (amarelada, brunada ou avermelhada), maior coesão e maior plasticidade e pegajosidade em profundidade, devido ao maior teor de argila. A fertilidade dos Argissolos é variável, dependente principalmente de seu material de origem. Sua retenção de água é maior nos horizontes abaixo da superfície (subsuperficiais), que podem se constituir em um reservatório de água para as plantas. Os Argissolos ocupam 15% da área do Cerrado.

Textura arenosa/média desenvolvidos de materiais de origem diversos, exceto de rochas básicas e de rochas sedimentares finas (e.g. folhelhos). Suportando originalmente vegetação de florestas e ocorrendo em condições de relevo desde relativamente suavizado a mais ondulado, por sua natureza pouco coesa em superfície e menor permeabilidade nos horizontes subsuperficiais, apresentam elevada susceptibilidade à erosão, o que exige práticas intensivas de controle de erosão quando sob manejo agrícola. Sua fertilidade química é predominantemente baixa, podendo ser pouco mais elevada nestes solos quando desenvolvidos dos arenitos com contribuição carbonática.

Os Biomas:

A Bacia Hidrográfica do Rio Grande está inserida em uma região de predominância dos biomas Cerrado e Mata Atlântica. O cerrado representa uma formação com fisionomia típica e característica, restrita das áreas areníticas lixiviadas com solos profundos, ocorrendo em clima tropical eminentemente estacional. Sua vegetação tem aspecto tortuoso, com ramificação irregular, árvores com cascas grossas, com órgãos de reserva subterrâneos (xilopódio). Sua florística reflete-se em uma fisionomia caracterizada por dominantes espécies arbóreas (SRH, 2003). A Mata Atlântica apresenta uma variedade de formações, engloba um diversificado conjunto de ecossistemas florestais com estruturas e composições florísticas bastante diferenciadas, acompanhando as características climáticas das regiões onde ocorre, tendo como elemento comum a exposição aos ventos úmidos que sopram do oceano (SOS, 2006).

Fonte: CBH Grande

Condições Climáticas:

Conforme classificação de Climas do IBGE (2003), a Bacia Hidrográfica do Rio Grande encontra-se inserida na área referente ao Clima Tropical Brasil Central. Com exceção de pequenas áreas em que se registram variações em torno do tipo Mesotérmico Brando (subtropical temperado), as temperaturas médias anuais são de 22°C oscilando entre 16 e 18°C.

Próximo à nascente do Rio Grande, nas encostas da Serra da Mantiqueira, o clima é considerado Mesotérmico Brando Úmido, com médias térmicas entre 10 e 15 °C e variação do período de 3 a 5 meses de seca.

No médio Rio Grande o clima é considerado quente semiúmido com médias de temperatura acima dos 18 °C e período de seca de 4 a 5 meses.

Próximo à foz, o Rio Grande apresenta clima considerado como quente úmido, com 3 meses de seca.

A precipitação anual média varia entre 1.410 e 1.690mm com valores acima de 2.000 mm junto a Serra do Mar que é o limite com a Região Hidrográfica Costeira do Sudeste.

Economia:

O Rio Grande possui grande relevância para o desenvolvimento econômico e social da região. Tem reconhecimento nacional por seu potencial energético. Ao longo do seu curso 13 barragens estão instaladas: Alto Rio Grande, Camargos, Itutinga, Funil, Furnas, Marechal Mascarenhas de Moraes (ex-Peixoto), Estreito, Jaguara, Igarapava, Volta Grande, Porto Colômbia, Marimbondo e Água Vermelha. Há também parte do reservatório de Ilha Solteira em seu leito.

A extração de minério e a forte atividade agropecuária no Rio Grande geram emprego e renda, garantem o sustento dos moradores locais, e aquecem a economia do país.  O Rio Grande também se destaca por belas paisagens ao longo do seu curso, o que atrai um grande número de turistas movimentando assim a economia da região.

A Pesca:

A Bacia Hidrográfica do Rio Grande ocupa 143. 437,79 km², nos quais se encontra grande número de espécies nativas e algumas exóticas, como a carpa e a tilápia (VAZ, 2000).

É importante observar as características e peculiaridades estabelecidas para cada uma das bacias hidrográficas de Minas: Rios São Francisco, Grande, Paranaíba, Paraíba do Sul, Doce, Jequitinhonha, Mucuri, Pardo, Jaguari, Itabapoana, Itapemirim, São Mateus, Itaúnas, Peruípe, Itanhém, Jucuruçu e Buranhém.  A comercialização dos produtos da pesca é apenas para pescadores profissionais e aquicultores. Nas Unidades de Conservação Estaduais é proibida qualquer modalidade de pesca, exceto Pesquisa Científica devidamente autorizada. Para conservação e proteção das espécies é necessário seguir as normas vigentes em Minas Gerais.

Sobre a Piracema:

A Piracema é um período natural de reprodução dos peixes de água doce, que ocorre em ciclos anuais no período de chuvas. O período de restrição de pesca serve para garantir ciclo de vida dos peixes e assegurar a renovação dos estoques pesqueiros para os anos seguintes. O período é de 1º de novembro a 28 de fevereiro do ano subsequente. No Estado de Minas Gerais é permitida apenas a pesca com limite de quantidade para espécies exóticas (de outros países), alóctones (de outras bacias brasileiras), híbridos (produzidos em laboratório), além de poucas espécies autóctones (nativas da bacia). Os equipamentos permitidos durante o período de defeso são: linha de mão com anzol, vara, caniço simples ou carretilha ou molinete de pesca, com iscas naturais ou artificiais. Para portar o equipamento de pesca e o pescado é importante que o pescador mantenha sua licença atualizada.

Proibição da Pesca

• Próximo a cachoeiras, corredeiras, desembocaduras de rios, barramentos, lançamentos de esgotos e mecanismos de transposição de peixes;

• Rio das Mortes, desde a sua nascente até a cachoeira das Lavras, a jusante de Severiano Rezende, em Minas Gerais;

• No trecho do Rio Grande, compreendido entre a ponte Rodo-Ferroviária do município de Ribeirão Vermelho e o barramento da UHE Funil, no município de Lavras e Ijaci;

• Rio Cipó e seus afluentes, da nascente à foz com o Rio Paraná;

• Rio Preto, de sua nascente até a localidade de Santo Antônio no município de São Gonçalo do Rio Preto;

• Rio Pandeiros e nos seus afluentes, em toda a sua extensão;

• No Rio Doce no trecho entre a foz do córrego Mumbaça, até a confluência com o Rio Piracicaba, e no Rio Piracicaba no trecho compreendido entre a foz do córrego do Limoeiro, até a confluência com o Rio Doce;

• Nas lagoas marginais, lago ou lagoa principal, alagados, alagadiços, banhados, canais de ligação ou poços naturais, situados em áreas inundáveis, que apresentam a comunicação com os rios e os demais ambientes hídricos, em caráter permanente ou temporário;

• No Rio da Prata, de sua nascente até sua foz no Rio Paracatu, no município de Lagoa Grande;

• No Rio Araguari no trecho localizado dentro do Parque Estadual do Pau Furado, desde a jusante da UHE Amador Aguiar I (Capim Branco I), percorrendo seu trecho de vazão reduzida (TVR) até local demarcado conforme determinado na norma;

• Em outros locais definidos pelo órgão ambiental estadual ou federal.

Curiosidades

Na segunda metade do século XVII, Minas Gerais era o destino de expedições que vinham do sul e do leste do Estado. De Taubaté, Vila Paulista onde se concentrava uma série desses desbravadores pioneiros, o bandeirante Antônio Delgado da Veiga seguiu em direção ao Sul de Minas, criando um acampamento que viria a se tornar a cidade de Pouso Alto. A bandeira de Delgado ainda explorou Boa Vista, Caxambu e Baependi, até a nascente, em Alto Mirantão, do Rio Grande, curso d’água que serviu como cenário para muitas lutas travadas por paulistas e mineiros pela posse das minas.
Juntamente com o Rio Paranaíba, o Rio Grande forma o Rio Paraná, considerado o segundo maior em extensão da América Latina
Sua área de drenagem no estado de Minas Gerais é de aproximadamente 86.800 km², correspondente a 60,8% da área total da bacia. A energia gerada pela Bacia do Rio Grande corresponde a cerca de 67% de toda energia gerada no estado de Minas Gerais
É responsável pela formação de grandes cachoeiras. As mais conhecidas são a Cachoeira 5 Estrelas, a Cachoeira do Paiol e a Cachoeira do Brumado
Na região encontram-se parques como o Parque Nacional do Itatiaia e o Parque Estadual da Serra do Papagaio, além do mirante da Liberdade, de onde se pode avistar o Pico das Agulhas Negras, a Pedra Selada, a Serra do Papagaio e o Planalto de São Thomé das Letras.
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